segunda-feira, 13 de abril de 2009



Almas de algodão



Complexos da fala
Para quem tem muito a falar
E, pena,
Poucos a ouvir
O castelo de cada vida
Dividida em ciclos
Ricos
Cada um na sapiência
De quem tem ouvidos
E espírito
De ouvir e sentir
O que tem pra falar
A voz do coração
Sinceridade nata
Maçãs em flor
Debulhando sentido
Ilustres botões-do-brejo
A que o racional não se dá conta
da riqueza que são
diante da pobre escassidão
do pensar e do sentir
do que foi e do porvir
pele sensível
alma aberta
e esperta para o solar
de almas caprinas
pastando ilusões
de uma vida limitada
de um infinito tão maior
que humilde espera
o desabrochar da flor
de cada flor
pelo divino semeada
neste mar de amor
transformado em dor
pela insana ignorância
que só de inconstância
transforma mentes
e almas-sementes
em colheitas de dor
Asséptico mesmo
Só o amor
Assessor direto
Do divino
Este menino
Que vive em nós
A sapecar
Alegria
Através das almas de algodão
Que da palavra fazem o seu pão
Que come e divide
Com o próximo o seu quinhão...

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